APara além de uma etnografia dos nomes de batismo, como propunham Fleury e Henry no seu Manual, e de análises descritivas e estatísticas, os estudos de processos de nominação e a historiografia avançaram bastante no que se refere à preocupação pelo que os prenomes revelam. De fato, os nomes de batismo, moda ou/e formas combinadas, constituem fontes preciosas para estudos de pertencimento e de reconhecimento (Gélis) a um grupo social (etno-cultural, religioso, profissional...), a uma etnia, a uma linhagem (ou a uma família) e,
de maneira mais ampla, a uma nação, a uma história.
Constituem função da reprodução demográfica, social e cultural, e também estão relacionados a questões políticas, sem mencionar o interesse genealógico. Em consequência, processos de nominação não só originalizam identidades, mas revelam, antes de tudo, relações sociais. Estudiosos de diversas áreas das ciências humanas dedicam-se ao estudo dos nomes e às práticas de nomeação e confrontamse com problemas de pesquisa inerentes a esse estudo; entretanto, o diálogo entre as áreas ainda é diminuto, não havendo atualmente um ambiente
específico para a troca de experiências e para reflexões teóricometodológicas. Assim, justificase a proposta dessa sessão paralela no X Congresso da ADEH, a qual pretende reunir, para uma discussão multidisciplinar, cientistas sociais de diversos matizes, tais como historiadores, demógrafos, linguistas, antropólogos, sociólogos, psicólogos, economistas etc.